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quarta-feira, setembro 19, 2007
"- Por que havemos de ter a pretensão de colher sempre o fruto da nossa sementeira?"
 
posted by Marta Meira at 10:17 da tarde | 3 comments
domingo, janeiro 21, 2007


Se eu não puder ser o que desejo,
Que eu seja o que desejas de mim.

Se eu não puder ser a árvore que dá frutos,
Se eu não puder ser o rio que inunda a terra,
Que eu seja a fonte que dá de beber,
Que eu seja o arbusto que dá a sombra.

Se eu não puder ser o tecto que abriga a todos,
Se eu não puder ser uma estrela no céu,
Que eu seja uma luz que anima as esperanças,
Que eu seja a porta que se abre a quem bate.

Se eu não puder ser o sol que ilumina o mundo,
Que eu seja a fresta por onde ele penetra.

Se eu não puder ser o mar que liga os continentes,
Que eu seja o porto que recebe a nave.

Se eu não puder ser o bosque que floresce,
Que eu seja o pássaro que nele canta.

Se eu não puder ser a roseira carregada,
Que eu seja o perfume de uma flor.

Se eu não puder ser o vento que arrebata,
Se eu não puder ser a melodia que enleva,
Que eu seja a brisa que acaricia,
Que eu seja a inspiração de cada verso.

Se eu não puder ser a messe que promete,
Se eu não puder ser o livro que ensina,
Que eu seja a palavra que comove.
Que eu seja o trigo que vai ser o pão.

Se eu não puder ser o fogo que incendeia,
Que eu seja o óleo que mantém a chama.

Se eu não puder ser a estrada que conduz.
Que eu seja o sinal que marca a direção.

Se eu não puder ser o rico que tudo pode,
Se eu não puder ser a chuva que irriga o solo,
Que eu seja o orvalho que humedece a flor,
Que eu seja o pobre que não nega nada.

Se eu não puder ser o tapete no palácio dos reis,
Se eu não puder ser o sorriso que encanta,
Que eu seja a impressão que ele deixa,
Que eu seja o agasalho na casa dos pobres.

Se eu não puder ser a felicidade que todos buscam,
Que eu seja feliz em ser tudo para todos.

Se eu não puder ser toda a bondade do mundo,
Que eu seja bom com todos os pedaços de mundo.

Se eu não puder ser a eternidade,
Que eu seja o tempo em que Tu nos falas.

Se eu não puder ser o amor que tudo começa,
Que eu seja o amor que faz chegar ao fim.

(Pe. Orlando Gambi)
 
posted by Marta Meira at 10:10 da tarde | 4 comments
sábado, janeiro 20, 2007
Jesus voltou-Se e, notando que eles O seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?»
Eles disseram-Lhe: «Rabi - que quer dizer Mestre - onde Moras?»
Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.»
Foram, pois, e viram onde Morava e ficaram com Ele nesse dia.
Eram as quatro da tarde. (Jo 1, 38-39)


Passa pouco das seis da tarde, neste momento... Não que este seja um pormenor importante.

Não que seja uma particularidade influente. Simplesmente um... um “detalhe”, chamemos-lhe assim...

Acabei, mais uma vez, de ‘ler’ esta passagem do Evangelho do Amor...

Fito a questão dos discípulos: “Onde moras?”.. Ai, essa curiosidade.... essa indiscrição, talvez...

Ou talvez não...

Afinal, faz parte do relacionamento interpessoal... Saber o nome, a idade, profissão, email, telefone, daqueles que nos ‘impressionam’ ... a morada também.. .

Pensando bem, sim, Mestre, também eu iria querer saber onde Moras... Um detalhe (mas um) que... que faz parte...

O que já não ‘faz parte’ é Tu responderes a uma ‘pergunta’ com um ‘convite’... Não deveria ser assim, Rabi... A minha ‘agilidade’, diz-me que a uma ‘pergunta’ dá-se uma ‘resposta’...

Entendes? ?

... ‘pergunta-resposta’...

É mais rápido... É assim que se faz... ‘pergunta-resposta’ , ‘causa-efeito’, ‘preto-branco’, ‘toma lá - dá cá’.... Não há tempo a perder...

Mas Tu não... tu És Exigente.. .

Podias ter dito qualquer coisa do género: “Moro em Nazaré”... Bom, vistas as coisas assim, ok, é uma resposta um pouco fria, concordo... Mas e então: “‘Moro na carpintaria já ali ao fundo da rua”... Já seria uma resposta simpática e cordial, não Te parece?

E mais a mais, porque é que dois ‘desconhecidos’ deviam saber onde Moras? Não Te parece um pouco demais?

Quanto muito, Podias até ter escrito ‘qualquer’ coisa nas areias do chão, como Fizeste quando Te apresentaram a mulher adúltera.,.. Podias ter ‘desenhado’ um crocky... talvez Feito um mapa...

Mas não o Fizeste.

E porquê? Porque, Tu, Mestre, Tu Sabes sempre tudo. E Sabias muito bem que a pergunta dos discípulos vinha impregnada de uma sede que só Tu sacias... Ao Te perguntarem onde moravas, não aguardavam um detalhe geográfico, uma informação de localização... Era a Ti que Eles buscavam... O Cristo.. Um Cristo que É O Messias (eles ainda não o sabiam... viriam a comentá-lo entre eles pouco depois)... Um Cristo que É O mesmo ontem, hoje e sempre, mas que Impele a uma busca incessante e a constantes novos descobrimentos...

Por isso é que uma resposta estática não era suficiente...

Por isso é que Lanças(te) o convite: “Vinde e vereis”.

Ó Mestre, a minha ‘agilidade’ (novamente, eu sei) diz-me que bem Podias ter dito “Ide... é por ali... virais à direita, depois contornais a rotunda... aparece um curral do lado esquerdo, virais novamente à direita...”

Novamente, atrevo-me a lembrar-Te que não há tempo a perder, Mestre.,.. Podias ter dito assim ‘mais ou menos’ onde era a Tua casa.. Olha, os discípulos depois que se ‘desenrascassem’, que fossem perguntando... Afinal, ‘quem tem boca vai a Roma’, Mestre...

Ok, eu bem sei que ‘Roma’ não é o que era... Mas ‘Vinde’?? ‘’Vinde’, Mestre?? Não Te era mais fácil o ‘Ide’??? Já Tinhas tanto que fazer Mestre... E ainda Disseste ‘Vinde’ ??

Não compreendo...

Eu, que na agitação do dia-a-dia, tenho tão pouco tempo para o ‘vamos’ e me agarro ao ‘vai’, ao ‘ide’... E Tu, Mestre, O Filho de Deus, O Salvador, O Messias, Tu dizes’ Vinde’... ‘Vinde comigo’...
Hummm... fico a pensar se o Disseste porque Quererias caminhar com eles... talvez o inverso... pô-los a caminhar Contigo...

Sabes, começo a pensar que hoje se passa o mesmo comigo... Dizes-me: “Anda”... “Não fiques parada, vá lá”... “Anda Comigo que Eu Mostro-te”... “Vá, põe-te a caminho”... “Quando chegarmos, tu não vais ‘olhar’, tu vais ‘Ver’... “

A minha preguiça denuncia-me...

“Ó Mestre, Vai andando que eu já lá vou ter Contigo... “

Mas Tu não desistes... ... “Vem”... “Põe-te a caminho”...

E eu insisto que agora não dá jeito, mais tarde, talvez... Ou então amanhã, quem sabe?

É que pôr-me a caminho por vezes não é fácil... Tu sabe-lo... Este comodismo... Este receio de tropeçar... Este ‘tenho tanto que fazer agora’... Pois, eu sei, este ‘agora’ que teima em não ser passado, mas um presente contínuo... um ‘agora’ que parece nunca terminar...

Revejo a atitude dos discípulos... Eles ‘foram, pois’... O que ficou para trás? Não sei... Talvez uns afazeres domésticos, talvez um encontro com os amigos na praça pública, talvez um negócio por concretizar...

Nada lhes importa...

Aceitaram o Teu convite para a caminhada...

Eles podiam até ser pessoas ignorantes, sem grandes instruções literárias, mas eram perspicazes, é inegável... Caminhando a Teu lado, estavam seguros... Caminhando a Teu lado, não se perderiam... Caminhando a Teu lado, chegariam à Tua morada...

Olha, Mestre, para terminar, Deves ter uma Morada linda, Sabes? ... Os discípulos ficaram tão seduzidos quando Viram onde Moravas, que não quiseram ir para casa...

...Ficaram Contigo...

 
posted by Marta Meira at 6:31 da tarde | 1 comments
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